quinta-feira, 13 de março de 2008

Meditação e Paciência





Por Mariah Bressani

A paciência é o nosso unguento que cura as nossas feridas, como por exemplo, as nossas frustrações, as nossas ansiedades e os nossos medos.
A paciência é o nosso antídoto para prevenir as noites mal dormidas provocadas por preocupações, além de prevenir também os acessos de mal humor.
Paciência, santo remédio que nos falta nos momentos mais necessários!

Todos os dias – em alguma situação do dia – ela se faz necessária. Portanto, precisamos cultivá-la, pacientemente.
Entretanto, somos treinados a nos voltar para fora e, assim, reagirmos prontamente à qualquer estímulo externo.

Quando um estímulo desperta em nós alegria, nós ficamos alegres,... sorrimos... festejamos... Porém, quando um outro estímulo nos contraria de alguma forma, nós ficamos tristes ou raivosos... para dizer o mínimo e então, podemos ficar amuados, decepcionados, magoados ou raivosos... e por ai vai todas as possibilidades de reações emocionais...

Com a meditação – no sagrado exercício da introspecção –, para começar, desenvolvemos a santa paciência conosco mesmos; num primeiro momento, ao aceitar as nossas dificuldades em relaxar e de nos desligar do nosso cotidiano.
Desenvolvemos a santa paciência, quando a nossa mente não pára de pensar, e mesmo assim nos mantemos ali, quietos, procurando relaxar e nos “desligar” das requisições externas.

Percebemos que conseguimos desenvolver um pouquinho da santa paciência quando, em nosso dia-a-dia, a própria se nos apresenta e nos ajuda a não reagir tão rapidamente às situações que vivemos e com as pessoas com quem nos relacionamos.

O aprendizado da paciência começa, primeiramente, com a respiração, nos organizando internamente, compreendendo o que aquela situação nos suscitou e, então, depois, reagimos, melhor dizendo, agimos, – se necessário –, aí, sim, com o coração mais calmo e a cabeça mais fria.
E, assim, com o exercício da paciência aprendemos também sobre o exercício da assertividade.


imagem: pexels

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Meditação e Disciplina





Por Mariah Bressani

Disciplina é a arte de fazer bem o que tem que ser feito.
Em nosso mundo ocidental o conceito de disciplina é entendido pejorativa e negativamente.
Entendemos, de um modo geral, a disciplina como a submissão às regras sob ordens alheias. Por isso, as pessoas de natureza mais rebelde abominam esta palavra.
Assim, podemos entender porque os ocidentais são tão pouco disciplinados, enquanto que os orientais são mais afeitos à viver disciplinadamente.

Enquanto que os orientais compreendem melhor do que nós, ocidentais, este conceito, pois eles o entendem como a capacidade de suportar pequenas frustrações imediatas em prol de algo maior que almejam no futuro – próximo ou distante. Ao que acham correto este tipo de comportamento, além de considerá-lo uma questão de inteligência (que o é de fato!).

A falta de disciplina gera o caos e a desordem em nossa vida. Não alcançamos nossos objetivos (grandes ou pequenos) e, entre vários motivos, um deles é por falta de disciplina. Que, por fim, nos gera uma maior frustração por não querer suportar uma pequena frustração.
Por falta de disciplina, o que poderia ser um “projeto de vida”, torna-se apenas um sonho. E, assim, por falta de disciplina, mantemos a nossa realização pessoal e as nossas conquistas apenas no nível do sonho ou da fantasia.

A prática da meditação nos ajuda a desenvolver a disciplina. Quando, por exemplo, nos propomos a ficar em silêncio, procurando nos relaxar e nos desligar de toda e qualquer requisição externa (para começar, por cinco minutos!), e o cumprimos fielmente. Este seria o primeiro passo no desenvolvimento da disciplina.
Outro exemplo do desenvolvimento da disciplina através da meditação: quando, pouco a pouco, com paciência conosco mesmos, conseguimos acalmar a nossa mente tagarela.

Compreendemos, então, que além da disciplina, também desenvolvemos a resiliência e a paciência.
Com a resiliência aprendemos a suportar as frustrações que a Vida se nos apresenta.
Com a paciência aprendemos, primeiramente, a ser pacientes conosco mesmos e com as nossas expectativas.
Enfim, descobrimos, com a prática da meditação, porque a resiliência e a paciência são os grandes salvos-condutos para viver a paz interior.


imagem: pixabay

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