quarta-feira, 15 de junho de 2011

Relacionamentos amorosos nos dias de hoje



 
Por Mariah Bressani

Considerando os relacionamentos amorosos nos dias de hoje, é possível observar que ainda existe romantismo nas relações. As pessoas se apaixonam, tem casos amorosos, “ficam”, namoram, se casam, traem,... porque, precisam viver a fantasia do amor romântico.
Afinal, é da natureza humana concretizar seus sonhos. E é também de sua natureza buscar parcerias afetivas, vide a explicação de Platão sobre o Mito do Andrógino, segundo o qual, o ser humano vive na eterna busca por sua metade perdida.

É claro, tudo depende da geração. Quanto mais jovem é a pessoa, mais idealista ela é (além da curiosidade em viver o amor romântico), maior será a tendência de vivê-lo (ou sonhá-lo) arrebatadoramente. Com o passar dos anos, as pessoas (principalmente, quem ainda não conseguiu se realizar num relacionamento amoroso) tendem a continuar na busca ou tornam-se cínicas, do tipo “só quero me dar bem”.
Em tempo: obviamente, esta é uma percepção genérica, pois há sempre uma parcela de pessoas que não se liga muito em romances e relacionamentos da forma aqui referida.

Outro aspecto da atualidade que precisamos levar em conta, é a rapidez com que as relações acontecem; pois, tem alguns facilitadores, como por exemplo, o “ficar”, que já não acontece somente com adolescentes e o sexo no primeiro encontro, o que favorece que a “fila ande” mais ligeira.
Entretanto, infelizmente, a rapidez nas relações está mais em as pessoas não conseguirem suportar as frustrações típicas de todo e qualquer relacionamento do que motivadas pelas facilidades atuais do “ficar” sem compromisso ou do sexo no primeiro encontro. 
 Ao contrário, as pessoas que tem dificuldades tanto de suportar as frustrações como em relacionar-se, utilizam-se dessas facilidades nas relações da atualidade como escudo para camuflar o que lhes é difícil. E, então, como tudo está facilmente descartável, as pessoas parecem fazer o mesmo com os relacionamentos interpessoais e “amorosos”.

Coloco “amorosos” entre aspas. Na verdade, são muitas aspas; porque, de fato, não existe nada de “amoroso” nesses relacionamentos fugazes, são sempre buscas para complementar partes que lhes faltam através do outro. O que, é óbvio, não funciona, por isso, naturalmente, não perdura.
Este é o ponto que gera – o que chamo de – “desencontros amorosos da modernidade”: as facilidades atuais associadas às dificuldades emocionais e psicológicas.

Assim, hoje, as pessoas, de modo geral, não perseveram, tem dificuldades em negociar e em fazer concessões ou, então, chegam cheias de sonhos e fantasias românticas no inicio de um relacionamento; entretanto, nem sempre sabem administrar as diferenças nas relações amorosas. Porém, mesmo assim, ao que parece, ainda continuam procurando o “amor romântico”, ainda que com menor tolerância à frustração.
Precisamos lembrar-nos que existe uma parcela de pessoas que realmente quer viver relacionamentos abertos. São mulheres e homens que antigamente sofriam calados submetidos a casamentos por conveniência ou, então, ficavam na casa dos pais sendo a tia ou o tio solteirões; e que hoje conseguem viver bem e sozinhos, sem aquela pressão da sociedade.

Para compreender os relacionamentos amorosos nos dias de hoje, é preciso também observar que ainda existe um paradoxo no que diz respeito às crenças e valores sociais tradicionais herdados (principalmente da Idade Média) sobre homens, mulheres e relacionamentos estando mesclados aos novos papéis sociais atuais. Assim, geralmente, as mulheres ainda sonham com o “príncipe encantado” ou “o eleito” e os homens, com “a mulher de suas vidas”.
Os homens e as mulheres da atualidade já não são como aqueles homens e mulheres daquela época, porém, ainda impera a fantasia do “amor romântico” e esperam encontrar a sua “alma gêmea”: a moça à espera de seu príncipe encantado que recita poesias ou do seu herói corajoso (imagem mítica mais antiga ainda), que virá salvá-la e ele será um homem numa armadura reluzente chegando em seu cavalo branco e o homem, que encontrará sua “donzela", povoam o imaginário coletivo.

Entretanto, a sociedade evoluiu, avançou tecnologicamente. E, hoje, as mulheres estão aí, na luta, no mercado de trabalho, dividindo e compartilhando o espaço corporativo com os homens, par a par.
Eis é o paradoxo: fantasias (expectativas) e realidade atual que não se harmonizam. E, neste paradoxo, homens e mulheres tem um “ingrediente” a mais para alimentar os seus “desencontros amorosos da modernidade”.
A resolução desse paradoxo está em mudar as expectativas para, consequentemente, as relações também mudarem. Ou melhor dizendo, precisam “atualizar” suas fantasias. Porém, essas coisas –, concepção e modelo tradicional de relacionamento e de casamento, e consequente expectativa (fantasia) –, estão entranhadas na psique do ser humano e é preciso dar tempo ao tempo, até que se estabeleçam novos modelos de relacionamentos e patamares de expectativas.

Acredito que estamos numa fase de transição e esses modelos já vem mudando e estão se formando novos modelos de amor romântico. Na verdade, acredito que cada geração reinventa os modelos herdados da geração anterior –, umas, mais, outras, menos –, e, assim, as relações e a própria vida do ser humano evolui.



Reflexões para viver em harmonia e muito amor um relacionamento

São reflexões que valem para ambos – homens e mulheres.

A primeira reflexão, que considero fundamental, é: necessário colocar-se disponível para o outro. É importante lembrar-se sempre que um relacionamento é feito por duas pessoas: dois corações e duas necessidades.

Se está disponível para o outro, naturalmente, você se abre para a comunicação, que é saber ouvir e saber falar com respeito. Portanto, é fundamental manter o canal para o diálogo sempre aberto.
Um elemento indispensável no diálogo com respeito: a verdade, isto é, ser sempre honesto com consigo mesmo e com seu/sua parceiro/a. Só assim será possível estabelecer verdadeira intimidade e cumplicidade.

Outro item importantíssimo numa relação é a admiração mútua: não deixar morrer aquela “chama” do início do relacionamento que fazia o olho brilhar.
Outro ingrediente essencial: ter demonstrações de afeto no cotidiano, não apenas nas datas comemorativas. Uma palavra de carinho, um gesto de delicadeza e de gentileza – todos os dias – nutrem as relações, pois mostram que se importam com seu/sua parceiro/a, que a pessoa lhe é importante.

Fazer coisas juntos, que sejam prazerosas para ambos e fora das atividades de rotina. Aqui vale qualquer coisa, como por exemplo, um jantar a dois, ir ao cinema, ao teatro, ao motel, num barzinho, beber alguma coisa e “jogar conversa fora” ou visitar ou receber amigos, ou seja, é importante criar momentos do casal.


Gostou do texto? Contribuiu de alguma forma para você? 
Comente.
Compartilhe!


imagem: unsplash

***********