sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A ESPERANÇA



 

Conta a Mitologia Grega, que os deuses criaram uma mulher chamada Pandora. Ela era a mulher ideal, com dons doados pelos deuses (como por exemplo, a beleza e a argúcia), porém, para fazer o ser humano perder-se dele mesmo. Era um castigo de Zeus, o deus dos deuses.
Pandora trouxe consigo uma caixa de presente para os seres humanos, que jamais deveria ser aberta; porém, era também de sua natureza a curiosidade, então, ela abriu a tal caixa deixando escapar todos os males da humanidade. Quando percebeu o que estava acontecendo fechou-a rapidamente, mantendo dentro dela apenas a Esperança.

Assim, desde então, o ser humano precisa da Esperança para viver, bem como da criatividade.
A cada momento, precisamos encontrar soluções criativas para as mais diversas situações que vivemos; porém, só temos condições de usar o máximo de nossa criatividade quando temos acesso à esperança dentro de nós. Por isto, a Esperança é ingrediente fundamental para o desenvolvimento e evolução do ser humano.
Vivemos, lutamos criativamente pela sobrevivência e procuramos sempre nos aprimorar como ser humano e indivíduos que somos, porque temos a esperança em nosso interior, sempre presente.
Quanto maior o nível de Esperança, mais enfrentamos e superamos, com disposição e boa vontade, os obstáculos que a Vida se nos apresenta.

A Esperança nos permite olhar a Vida sob elevada perspectiva. Como se sob a égide da Esperança, diante de qualquer situação, subíssemos no alto de uma montanha e alcançássemos uma visão ampla de um vasto horizonte, muito maior do que aquele que divisamos em nosso pequeno mundo egóico.
A Esperança, então, amplia nossos horizontes; como também amplia o campo de atuação em nossa própria Vida, pois não aceitamos passivamente as restrições: queremos nos experimentar e nos explorar e aos nossos potenciais.
Então, assim, a Esperança nos dá certa voracidade pela Vida. Ela nos faz romper barreiras, pois precisamos de mais espaço para viver... e preenchemos estes espaços conquistados com nossos potenciais.
E como a Esperança não aceita rotina, mesmismos ou monotonia, ela nos impulsiona para viver o mais completa e intensamente possível nossa própria vida. Ela nos proporciona ardor e entusiasmo pela Vida e, então, assim, nos propomos metas e as perseguimos alegremente. Para tanto, é vital que nos sintamos e nos coloquemos “presentes” em nossa própria vida.

A Esperança sempre nos coloca numa determinada posição diante da Vida que nos permite olhar pelo melhor ângulo; e entendemos assim que nada é em vão, pois tudo tem uma razão superior de ser e de existir.
Da mesma forma que “sabemos” que como qualquer Vida não é em vão, a nossa também não o é. Com Esperança, “sabemos” que a nossa própria existência tem uma razão de ser – mesmo que ainda não saibamos qual seja.
Conseguimos perceber o bem, o bom e o belo da existência terrena. Conseguimos compreender o significado do porquê vivemos o que vivemos. E, então, apostamos na Vida, cheios de esperança! E relaxamos!
E, então, embuidos de Esperança, vivendo e explorando a Vida, apostamos em nós mesmos – mesmo com todos os tropeços e equívocos que possamos ter no decorrer de nossa vida. O hoje é, sempre e novamente, mais uma oportunidade para vivermos a Vida, para explorar nossos potenciais, nos desenvolver e evoluir.
Saímos da pressão que estamos vivendo no momento, externa e/ou interna, e fluímos com a Vida, tendo como a “onda” a esperança. E assim, a esperança nos ajuda no exercício de autossuperação.

Graças à Esperança, que compreendemos a transitoriedade da Vida. E nos encantamos com a Vida, justamente por sua transitoriedade. E não nos enroscamos no pequeno e no insignificante da Vida, pois “sabemos” que vai passar.
Tudo faz parte da Vida! E tudo passa!
Assim, aceitamos e vivenciamos a transitoriedade da Vida como caminho natural para nossa evolução, transformação e transcendência, pois ela – a Esperança – nos tira do entorpecimento e do automatismo, que naturalmente, talvez, nos colocássemos.
E, deste modo, a Esperança precisa andar de mãos dadas com a paciência, pois a Vida aqui no planeta Terra – baseada na matéria – tem um ritmo diferente da do espírito. Quando plantamos uma semente temos que ter paciência – dar tempo ao tempo – para que ela brote, transforme-se em árvore e, então, frutifique.
A Esperança, de que aquela semente possa se transformar em árvore e nos dar seus frutos, nos faz plantá-la. E é a paciência que nos dá calma e perseverança para esperar (esperança!) o tempo necessário para que nossos projetos frutifiquem.
A Esperança também precisa se aliar à disciplina.
Qualquer projeto é fruto da criatividade, da paciência e da esperança, porém, sem disciplina – aplicação sistemática em sua realização – ele não se desenvolve e não se realiza.
Deste modo, detentores da Esperança, criatividade, paciência e disciplina, seguimos nossa jornada, procurando realizar nossos sonhos.

Quando trazemos a Esperança em nosso coração, neste caminhar pela Vida, também sentimo-nos protegidos por Deus, pelo Cosmos, pelo Universo, pelo anjo da guarda ou qualquer energia maior que possamos crer,. “Sabemos” que podemos contar com a “providencia divina”, pois não nos encontramos sós e desamparados.
Ouvimos uma voz em nosso interior, que nos estimula positiva e construtivamente. Acalentamo-la em nossos pensamentos, sentimentos e emoções construtivas. Nosso corpo vibra numa frequência positiva e assim emanamos o Bem, o Bom e o Belo. Nossos pensamentos se retro-alimentam com bons pensamentos. Nossa imaginação constrói imagens leves e com cores suaves e vibrantes, sempre nos mostrando as boas perspectivas das situações que vivemos e pretendemos viver.
Se não conseguimos acessar a Esperança em nosso interior o resultado é a Desesperança, com todo o tipo de neurose e, em casos mais graves, as psicoses. E, assim, nos encolhemos e nos restringimos para a Vida. E, então, a Vida perde o sentido: sem razão para viver ou fazer qualquer coisa. A desesperança gera desolação e esterilidade em nossa vida, propiciando-nos sentimentos persecutórios e desiludidos e imunda nossa imaginação com imagens escuras e pesadas.
E a Esperança, ao contrário, nos faz vislumbrar a Vida numa ordem e com um sentido mais elevado. E o seu exercício se faz necessário para nos libertar de qualquer prisão auto imposta.

A Esperança é fruto da crença do “fazer parte” e do sentir-se em comunhão com o universo. Fazemos parte de uma grande corrente. Sim, somos o elo de uma corrente, que se chama Vida. Afinal, somos todos um!
E ao nos permitir nos sentir assim, ela nos faz generosos e dadivosos – conosco e com o outro.
Aprendemos a nos ouvir e ao outro e também às nossas e às suas necessidades mais essenciais.
Aprendemos a olhar o melhor lado: o nosso e o do outro.
Também somos mais compassivos e benevolentes conosco mesmos – com nossas limitações, bem como, com os outros e suas limitações –, sem sermos condescendentes.
E, deste modo, colaboramos para que a resolução de toda e qualquer situação ocorra para o nosso bem e para o bem do outro também.

Com a Esperança construímos a nossa realidade de forma a nos ajudar a crescer. Ela não nos permite ficar estagnados ou presos em qualquer situação na vida.
A Esperança facilita o desapego, pois sempre acreditamos que ali, a mais um passo, teremos mais... uma nova oportunidade... e então acreditamos na Vida.
A Esperança nos dá sentido e propósito para a Vida e, assim, nos faz seguir adiante. Permitimos que tudo o que vivemos passe por nós e, então, continuamos a nossa caminhada pela Vida afora, seguindo a nossa jornada. E, principalmente, a Esperança nos permite – a cada momento – vivenciar plenamente o Amor pela Vida.


Autora:
MARIAH BRESSANI
Psicóloga, Psicoterapeuta,
Master Coach, Master em PNL,
Palestrante e Escritora



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O Valor da 3ª idade nas Organizações






Este artigo – publicado no nº 37, ano 3, da Revista Ser Mais, da Editora Ser Mais – busca refletir sobre as mudanças dos papéis das pessoas da 3ª idade nas últimas décadas no cenário socioeconômico mundial e quais suas possíveis alternativas de atuações – na atualidade e daqui para frente – nas organizações.
Boa leitura!

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O VALOR DA IDADE NAS ORGANIZAÇÕES

Por Mariah Bressani

    Estamos em pleno século XXI, vivendo na pós modernidade – na Era do Conhecimento – e com a economia mundial globalizada.
Desde as últimas décadas do século passado, os avanços tecnológicos e de comunicações acontecem a passos largos, numa progressão geométrica, e, atualmente, o conhecimento tornou-se recurso de primeira necessidade para a sociedade em âmbito geral. Com tudo isto, tornou-se possível o acesso facilitado às informações e suprimentos técnicos e tecnológicos, promovendo profundas e significativas mudanças no modo e estilo de vida das pessoas e na forma de produção das organizações.
Então, como uma organização pode conseguir vantagem competitiva neste novo modelo de economia? Como criar diferenciais num produto em relação ao do concorrente?

Hoje, as grandes organizações, aquelas de maior sucesso, já sabem que o seu diferencial está em colocar foco na gestão do conhecimento.
E a única forma de uma organização conseguir obter, acumular e “armazenar” esse bem tão precioso – o conhecimento – é através dos seres humanos, ou seja, os seus empregados. Assim, são estes os processadores e geradores de conhecimento, que poderão promover sua competitividade e perenidade no mercado. São eles os verdadeiros ativos na gestão do conhecimento.

Senilidade x Senioridade
Através das pesquisas do IBGE, sabe-se que o Brasil está se tornando um país de idosos: nascem menos bebês e as pessoas vivem mais.
E aquela imagem pejorativa e estigmatizada do idoso senil, vivendo um período de vida de decadência física e mental e incapaz de manter-se produtivo, está ficando no passado, tornando-se coisa do “outro século”, literalmente.
Atualmente, graças àqueles avanços tecnológicos e com os progressos da ciência a sociedade ganhou, entre diversos aspectos, benefícios expressivos nos tratamentos de saúde, com medidas profiláticas de doenças, bem como, mais mobilidade e conforto material, que milhares de pessoas usufruem, promovendo, portanto, melhor qualidade de vida e tornado possível chegar à maior longevidade, com as capacidades intelectual, emocional e social preservadas, com mais saúde, energia e disposição e, portanto, ainda ativas e produtivas.

Neste novo cenário social, o processo de envelhecimento mudou e a pessoa da terceira idade pode alcançar a senioridade, pois, no decorrer de sua vida e do exercício de suas atividades e experiências profissionais, elas conseguem acumular conhecimentos adquiridos, através do aprendizado contínuo, cada vez mais necessário, alcançam elevado grau de sabedoria, tendo maior consciência de seus recursos, limitações e atos e suas conseqüências. O resultado é superior senso de competência e responsabilidade e mais atenção para produzir um bom trabalho. Tendem também a desenvolver melhor visão estratégica e serem mais assertivas, prudentes, acessíveis e adaptativas, detentoras de credibilidade e liderança conquistadas. E, deste modo, esse novo perfil de pessoa e profissional de “personalidade sênior” serve de modelo e referencial positivos para as gerações posteriores.

Senioridade x Sênior
Fazendo uma ressalva nesta reflexão: ser sênior no patamar da carreira não significa necessariamente alcançar a senioridade, pois esta vai além da gestão de carreira. Afinal, a senioridade é uma personalidade sustentável, com um mix de ingredientes, como a autoestima, o autovalor e a autoimagem, positivamente articulados entre si, ou seja, é ter um senso do Eu equilibrado, tornando-se uma pessoa respeitada e digna de credibilidade.
Neste sentido, o coaching é um processo interessante que propicia alcançar “personalidade sênior”, pois trabalha todos os seus ingredientes, promovendo a excelência não só na gestão da carreira como também no exercício do bem viver.

Aposentar.... ou não
Atualmente, a geração que já passou dos 50 anos e está chegando à terceira idade, é aquela que acompanhou e testemunhou de perto as muitas e significativas mudanças históricas: a virada para o século XXI, com as múltiplas transformações das tecnologias e das comunicações e a “implantação” da Era do Conhecimento e da economia globalizada. Mais do que qualquer outra geração, essas pessoas tiveram que ter muita flexibilidade, resiliência e capacidade de adaptação no decorrer de todo esse processo. São verdadeiros arquivos vivos.
Estão também “inaugurando” uma nova terceira idade: pessoas com grande acúmulo de conhecimento devido àquela vivência e com muita disposição de continuar em atividade. Porém, estão no tempo de começar a pensar seriamente na aposentadoria.

Aqueles que estiverem dispostos a continuar no mercado de trabalho, poderão ter a opção de manter-se na mesma função que antes ocupavam ou fazer uma reciclagem profissional e buscar uma recolocação em outras funções, que pode ser em consultoria, mentoring, coaching ou treinamentos dos jovens que estão chegando agora no mercado trabalho.
A organização que se dispuser perceber a pessoa da terceira idade como alguém que ainda tem muito com o que contribuir para a sociedade com sua expertise e “personalidade sênior” e mantê-lo em seu quadro de funcionários, mostrará o valor que dá ao seu capital humano, estabelecerá um novo paradigma relacional ao montar equipes com diversidade de gerações e, com certeza, estará tendo uma visão futurista.

Afinal, é importante ressaltar que, devido aos fatores citados neste artigo, daqui para frente, cada vez mais, as organizações terão verdadeiros mananciais de senioridades – em qualquer departamento – com talentos lapidados através de carreiras e vidas bem sucedidas.
   

Autora:
MARIAH BRESSANI
Psicóloga, Psicoterapeuta,
Master Coach, Master em PNL,
Palestrante e Escritora



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O VALOR DA 3ª IDADE NAS ORGANIZAÇÕES



Este artigo – publicado no nº 37, ano 3, da Revista Ser Mais, da Editora Ser Mais – busca refletir sobre as mudanças dos papéis das pessoas da 3ª idade nas últimas décadas no cenário socioeconômico mundial e quais suas possíveis alternativas de atuações – na atualidade e daqui para frente – nas organizações.
Boa leitura!

Por Mariah Bressani








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